terça-feira, 18 de maio de 2010

Antes a justiça de Deus que a dos evangélicos

Definitivamente não entendo a "nação evangélica" e sua "cruzada" contra o que consideram pecado.
Entendo que um evangélico, como "bom servo do senhor" nunca deve ter nenhum laço de amizade com um "herege" como eu. Assim como eu nunca tive o desejo de frequentar rodas evangélicas e cantar cantigas góspels ou participar de qualquer celebração promovida por eles.
Até ai nada de errado, acredito que eles tem o direto de pregar contra o homossexualismo dentro de suas igrejas, proibir a entrada de homossexuais em seus cultos e expulsar aqueles que se desviam do caminho proposto pela doutrina evangélica. Obrigar os evangélicos a aceitar algo que consideram pecado, no mínimo, vai contra o livre arbítrio dado a todos nós.
Aos gays evangélicos que frequentam os cultos disfarçados de ovelhas só posso dizer, lamento por suas almas pertubardas e que sem a menor dúvida, seu lugar não é ali.
Não sou contra os evangélicos, mas não consigo enxergá-los como o "candeeiro de luz da humanidade", porque eles não trazem a iluminação das palavras de Deus pelo testemunho ou por atitudes louváveis como Cristo fez, mas com jogadas políticas, mecanismos de repressão social e terrorismo-psicológico ( me refiro ao uso do inferno, pecado e diabo como forma de coibição).

De fato, se formos analisar a postura de Cristo e a postura dos evangélicos perceberemos rapidamente que são propostas extremamente diferentes. O reino de Cristo não pertence a esse mundo, logo não é aqui que ele iria reger leis e "obrigar" as pessoas a manterem certa conduta.

Igreja governando e regendo leis sempre é algo preocupante e pavoroso. Vovó já viveu algo parecido no passado, quando a igreja católica tomou o poder político e fez de suas leis as leis de Deus, "a caça as bruxas", o que resultou na morte de milhares de pessoas e o maior massacre religioso até agora. Outro exemplo são aqueles países extremistas onde prostitutas ainda são apedrejadas na rua ou onde jovens se tornam terroristas.
Agora porque os evangélicos precisam de leis para dar suporte a suas "crenças"? Será que eles estariam perdendo o controle de seu rebanho? Ou será que citar Coríntios 6:9 e Romanos 1:20 a 27 já não servem mais para os manter a frente de seu povo?
Eu não quero reformar a Bíblia ou processar as editoras, não quero que evangélicos sejam proibidos de falar mal dos gays, não quero ter o direto de entrar nas igrejas evangélicas, não quero ser entendido ou aceito por eles, não quero receber suas palavras de conforto e muito menos que eles ditem minha vida ao moldes deles. Me obrigando através das leis a ter uma postura próxima da deles.

De fato isso e algo a se observar nos evangélicos, eles temem mais a justiça dentro da sua igreja que a justiça de Deus. Por exemplo, tem bastante evangélico por aí fazendo "pecado", mas o que pesa na consciência deles ao fazer não é o fato de Deus estar vendo, mas sim algum membro da igreja descobrir.

O que quero é ter o direito de colocar meu parceiro no meu testamento, como dependente em planos de saúde, como pai no registro de adoção do meu filho e qualquer outro direito que um cidadão tem perante o estado. Não quero nada disso para ficar me exibindo por aí, ou como uma afronta a "santa igreja evangélica" e suas crenças, mas quero esses direitos para assegurar uma vida melhor para mim e para as pessoas que estão ao meu redor.

Casamento gay não é entrar na igreja vestido de noiva ao lado de outro homem, adoção gay não é brincar de papai e papai, ou uma afronta a "família cristã". Ao contrário dos evangélicos eu não preciso aparecer na mídia, angariar poder e riquezas sobre outras pessoas e ditar o que elas devem ou não ser ou fazer.
Proponho o livre arbítrio, a capacidade de reflexão e principalmente a pratica da gratidão e compaixão. Mas a vida é individual, cada um deve escolher seu caminho e viver de acordo com aquilo que acredita.
Sobre a justiça de Deus, ela virá para todos.

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