sábado, 5 de junho de 2010

The Closet

"The Closet" é um curta metragem escrito por Richard Bloon e dirigido por Stwart Hendler, nos EUA em Julho de 2008.

Seria certo uma pessoa abrir mão de seus sentimentos e da sua felicidade porque outros não as aceitam ou compreende?
O filme me lembra minha própria história de vida, por muito tempo vivi um conflito com minha sexualidade, deixei de viver para ser apenas uma concha vazia, pensando que isso seria melhor para mim e minha família.
A depressão me consumiu. A falta de sentido na vida me tornou uma pessoa triste, isolada, incapaz de amar e constantemente irritada com tudo. Odiei a Deus por me tornar homossexual e pensava em dar fim a minha vida constantemente.
Tudo isso porque tentei viver em mentira, tentei ser heterossexual, arranjei uma namorada e reservei minha sexualidade para curtos momentos a noite, sozinho me masturbando vendo fotos de homens. Contando assim parece idiota, dei meu primeiro beijo em um cara aos 26 anos, e tive a adolescência mais sombria e triste que posso imaginar.
Afinal do que valem os conceitos? Os preconceitos? A opinião dos outros sobre nossa sexualidade? A noção de certo e errado de quem nos julga? Se tudo isso irá mudar com tempo?
Sei que com o caminhar de nossas vidas mudamos nossas idéias, nossos conceitos e abrimos, a cada passo, os horizontes de nosso conhecimento e compreensão sobre "sermos humanos". Entre o tempo e a felicidade eu escolhi a felicidade, porque por mais que eu vivi confortavelmente minha adolescência, faltou o mais importante nela, eu mesmo. Não me reconheço nas fotos antigas, não tenho boas recordações dessa época.
Até que finalmente despertei desse pesadelo, acordei de um coma profundo, me voltei para dentro e comecei a ouvir não o que os outros diziam e pensavam, mas o que eu mesmo dizia para mim, me conheci aos poucos e passei a experimentar tudo que desejei no mundo, de forma honesta, livre de medo ou culpa.
Hoje digo que estou em paz comigo mesmo, com Deus, com meus amigos e toda a sociedade. Não porque sou aceito e compreendido por todos, mas porque estou fazendo o que é certo dentro de mim.
Vivo minha própria vida com amor, não só amor por outro homem, mas amor aos meus pais, amigos e a todos e tudo que gosto, admiro e respeito. Minha vida perdida, hoje tem um sentido, um futuro e um propósito escolhido por mim mesmo e não ditado pela hipocrisia alheia.
O tempo passa, o sentimento não. O único conselho que posso dar a todos é sejam sinceros com vocês mesmos para que seu tempo de vida seja o melhor que puder ser. Você merece a felicidade, por mais que os outros pensem ou digam que não.