quarta-feira, 28 de abril de 2010

Julgamento Histórico do STJ


Em julgamento considerado histórico pelos próprios ministros, a 4ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu, por unanimidade, para duas mulheres de Bagé (RS), o direito de adoção de dois meninos.
Uma das mulheres já havia adotado as duas crianças ainda bebês.
Sua companheira, com quem vive desde 1998 e que ajuda no sustento e educação dos menores, queria adotá-los, alegando ter melhor condição social e financeira. Ela afirma que a medida daria mais garantias e benefícios às crianças, como plano de saúde e pensão em caso de separação ou falecimento.
O Ministério Público do Estado, porém, recorreu ao STJ, alegando que a união homossexual é apenas sociedade de fato, e a adoção de crianças, nesse caso, violaria uma séria de dispositivos legais.
O tribunal negou o pedido, ao entender que em casos do tipo é a vontade da criança que deve ser respeitada. O relator, ministro Luís Felipe Salomão, entendeu que os laços afetivos entre as crianças e as mulheres são incontroversos e que a maior preocupação delas é assegurar a melhor criação dos menores.
De acordo com a assessoria do tribunal, o julgamento, considerado histórico pelos próprios ministros, deve embasar decisões de outros juízes pelo país. Apesar de não ser um decisão vinculante, que precisa ser acatada, agora as decisões desfavoráveis serão contestados no STJ.
Além disso, o julgamento deve fazer com que os casais homossexuais abandonem a prática de adotar individualmente uma criança para evitar problemas legais. A criança poderá receber o nome dos dois responsáveis.
"Precisamos afirmar que essa decisão é uma orientação para que, em casos do tipo, deve-se atender sempre o interesse do menor, que o de ser adotado", completou o ministro João Otávio de Noronha.

Enquanto isso em Brasília: O deputado federal paraense (e evangélico) Zequinha Marinho, do Partido Social Cristão (PSC), apresentou o Projeto de Lei 7018/10, que prevê a modificação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), proibindo a adoção de crianças por casais do mesmo sexo.

Segundo o cristão, que é contabilista e pedagogo, a adoção de crianças por pais gays ou mães lésbicas causará constrangimento aos adotados. "O filho terá grandes dificuldades em explicar aos seus amigos e colegas de escola por que tem dois pais ou duas mães", argumenta Marinho.

Constrangimento sinto eu por ter um deputado federal como Zequinha Marinho (homofóbico) que prefere deixar crianças serem criadas em orfanatos a lares estabilizados. Será que ele teve pai e mãe? Será que os mais de 3,7 milhões de crianças se importam mesmo com esse constrangimento?

domingo, 25 de abril de 2010

Essa é só para as garotas!


Para quem ainda não conhece, Dykerama.com é um portal da internet exclusivo para o público lesbico e bissexual feminino brasileiro criado no final de 2007. Segundo seus criadores, antes de idealizar o portal, eles percorreram dezenas de eventos voltados ao público lesbico para entender o formato e o conteúdo ideais do site. Por meio de uma pesquisa, que entrevistou um total de 450 pessoas, os jornalistas puderam perceber que a principal reclamação desse público era a de que faltava um veículo dirigido exclusivamente às mulheres gays e bissexuais.
O site possui um vasto conteúdo com entrevistas, tirinhas, blogs, sexo e saúde, entretenimento, turismo, notícias, entre outras coisas.
Eu tenho uma sensação que na maioria das vezes as garotas são deixadas de lado na mídia, quando se fala de "gay". Existe também uma associação de "lesbica" a mau-carater, que nunca entendi muito bem. De fato não tenho uma grande convivência com esse universo, mas acho bem legal existir espaços exclusivos para elas.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Botineras - Novela Argentina

Botineras foi uma novela apresentada na Argentina em 2009/2010 pela Telefe.
Inicialmente no horário das 23 horas, migrando mais tarde para o horário das 22:30 horas. Sendo a maior audiência no canal.
Escrita por Esther Feldman e Alejandro Maci a trama é inspirada nas "Marias chuteiras" e o drama de um jogador que volta ao seu país no momento em que seu maior rival é assassinado, tornando-o o maior suspeito do crime.
No ultimo capítulo, exibido dia 10 de Abril desse ano, o casal Rivero (Cristian Sancho) e Lalo (Ezequiel Castaño) surpreendem os telespectadores com uma cena belíssima de amor entre dois jogadores de futebol.

AVISO: APENAS PARA MAIORES DE 18 ANOS.


Aqui no Brasil, Aguinaldo Silva comentou em seu blog a cena. Na verdade o comentário foi de um "amigo bicha" (segundo ele), bem, podemos entender que qualquer comentário de natureza gay da parte do escritor poderia "pegar mau" já que estamos no país tropical mais morno do mundo.
A comparação entre o Brasil e a Argentina virou assunto e comentários no Youtube, a página da cena já foi vista mais de 58 mil vezes. Segue dois comentários que resumem a discussão:

aerobr Realmente os Argentinos estão "anos luz" a frente dos Brasileiros! Por aqui até a insinuação de algo já é condenado ou no mínimo gera um burburinho sem noção! Lá alem do beijo ainda se vai até o limite da Tv aberta. Muito bem, ponto da Argentina, a Globo devia aprender.
yucamandioca me parece que aca en la argentina somos mas abiertos a este tema. Lo que es muy bueno, por lo menos es mi opinim es algo que veo, siempre estamos inundados en los medios argentinos con celebridades que son homosexuales, y la mayoria estamos bien con el asunto, si yo tuviera un hijo gay , lo unico que me impoortaria es que encontrara la felicidad y fuera el o ella misma.


O ponto forte pra mim foi deixado de lado em todas as discussões que vi até agora, o fato dos personagens serem jogadores de futebol, paixão nacional aqui e lá. Apresentarem uma postura masculina (entenda como quiser),pela beleza plástica da cena e principalmente pela "normalização" da sequência de planos e enquadramentos, vistos infinitas vezes antes em filmes (é claro que entre homens e mulheres).
Diferente do vulgar "O Segredo de Brokeback Mountain" que conta a história de dois "animais" que se comem de tempos em tempos, a cena entre Rivero e Lalo apresenta dois homens se amando, livres de amarras sociais, preconceitos chulos, estereótipos bizarros ou grotescos. Seguindo a máxima: a beleza está na simplicidade.
Não duvido que Aguinaldo Silva coloque dois gays em "Marido de Aluguel" e tente novamente promover o beijo gay, ainda mais agora que a globo mostrou seu lado "rosa no BBB10" (coisa que nem quero comentar na minha vida).
A pergunta é, como seriam esses gays? Que referências e símbolos eles irão carregar? Se for mais um Serginho ou Dicesar da vida, aviso logo, minha tv vai continuar desligada.