terça-feira, 29 de setembro de 2009

Eu não sou diferente de ninguém!

Outro dia eu estava no ônibus sentado no local reservado a idosos, isso porque o veículo estava vazio, quando uma senhora de idade sentou-se do meu lado. Mais tarde eu pedi licensa a ela, me levantei e passei a roleta. Foi quando ela começou a praguejar pelo fato de eu estar sentado no local de idosos, mesmo não tendo nenhum por perto no momento. A maior parte do que ela disse eu não pude entender, mas ela começou a falar que o governador era viado e que no dia que um "homem" assumir o governador esse tipo de coisa não iria mais acontecer.
Em uma outra vez eu estava dentro de outro ônibus em um dia muito quente de verão, uma senhora de idade (por acaso outra senhora de idade) me pediu gentilmente para eu abrir a escotilha de ventilação no teto do veículo, eu tentei algumas vezes e não consegui, parecia emperrada. Foi quando um jovem mais forte que eu se aproximou e desemperrou a escotilha para mim. A senhora em um súbito momento de alegria bateu palmas e disse bem alto: "finalmente um homem de verdade!". Fiquei quieto e quando desci do veículo por acaso a mesma senhora saiu, e em uma rua deserta eu me aproximei dela e disse: "melhor a senhora tomar mais cuidado com o que diz, porque se fosse uma pessoa mais irritada eu poderia lhe fazer algum mal agora", ela pediu perdão pelo que disse e eu simplesmente disse que não a perdoaria, dei as costas e saí.

Pergunta rápida agora, quando alguém diz gay o que vem a sua cabeça de imediato? Algo bom ou ruim?
Não se sinta envergonhado se for algo ruim, o fato é que somos bombardeados quase que diariamente com definições pejorativas sobre os homossexuais. Mais que uma preferência sexual, ser gay no imaginário popular está diretamente ligado ao caráter - ou melhor dizendo ao mau-caráter - humano. Por isso tamanha dificuldade para nos entendermos como gays.
Tem duas frases que eu sempre usei para me identificar: "eu sou homem e gosto de homem" e "ser gay é apenas uma coisa dentre todas as outras que sou". A primeira frase mostra que tenho toda a "moralidade" do homem criado pelo romantismo, o protetor, o justo, o humanitário e o herói. E a segunda frase, ser gay só condiz com minha sexualidade e não com o meu comportamento ou julgamento. Isso não significa que eu renego minha identidade gay, mas sim que renego esse rotulo gay que não esta ligado com minha conduta.

Existem muitas campanhas para o fim da homofobia, mas enquanto existir essa "definição" de gay as pessoas entendem que vão precisar aceitar não uma pluralidade sexual, mas sim uma má-conduta como uma identidade social.
Daí surgem argumentos absurdos como : "eu vou ter que aceitar dois gays se beijando dentro de minha igreja? Eu vou passar nas ruas com meus filhos e ver dois gays fazendo pornografia explícita? Os gays irão desenterrar os mortos (incrível mas existe essa associação entre gays e necrófilos na cabeça de algumas pessoas) e fazer sexo com eles e eu vou ter que achar normal? Os gays vão ficar se drogando no meio da rua e eu preciso respeitar? O professor vai dar encima do meu filho de 11 anos na escola e eu vou ter que aceitar?
Esse tipo de argumento a favor da homofobia faz todo o sentido se partirmos do princípio que "o ser gay" é ser uma espécie de "mal-elemento" que só tem defeitos. Imagine uma pessoa que não conhece gays reais e que entende esse estereótipos como verdadeiros, o drama que seria se os gays puderem fazer o que bem entendem legitimados pelas leis. Seria o caos, o apocalipse social.
Agora a gente começa a entender a raiz do problema. Bem, se eu mesmo que sou "um homem que gosta de homem" não me vejo dentro desse universo de definição "gay", como uma pessoa que não tem nenhum conhecimento prático a respeito poderia entender? Será que não estamos remando para o lado errado?
Outro dia um amigo meu me disse: "quanto mais esse assunto ficar evidente maior vai ser a manifestação de grupos radicais". Ele tem razão, sempre que surge um porjeto de lei a favor dos homossexuais uma mobilização de políticos evangélicos derruba e considera isso uma vitória pelo moralismo - o que faz todo o sentido se você considerar a definição de gay atual.
Talvez, se mudarmos um pouco a ótica sobre o que é ser gay possamos diminuir o confronto e quem sabe encontrar um caminho não para o fim da homofobia, mas para o fim do preconceito. E qual seria a diferença? Acabando com o preconceito nos acabamos com a legitimação da homofobia, com isso diminuiríamos em muito as fileiras de opositores, restando apenas os verdadeiros homofóbicos patológicos.
Tem uma campanha do Governo Federal sobre a inclusão social, infelizmente ela se limita aos deficientes, mas eu acho que ela poderia falar em nome de todos os cidadãos brasileiros, deficientes ou não, negros ou não, gays ou não. Uma boa dica por onde começar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A empresa de pesquisas Global Market Insite(GMI), completou a primeira versão da Pesquisa do Amor, estudo sobre o comportamento e a opinião dos internautas no Brasil e no mundo quanto aos relacionamentos virtuais.
Em outro tópico do estudo os internautas do Brasil também se mostraram mais abertos sobre sua opção sexual. Apenas 1% dos entrevistados no país não responderam. Entre os que o fizeram 95% se disseram heterossexuais, 2% assumiram a sua homossexualidade e 2% se declararam bissexuais. Os internautas brasileiros entrevistados alcançaram o maior índice de relacionamento casual com intenção sexual online de toda pesquisa: 29% admitem buscar esse tipo de relação. Por outro lado, 32% preferem ir atrás de namoros sérios e duradouros - pelo menos 9% sonham em conseguir um relacionamento verdadeiramente sério como o casamento.
Pelo que se detecta no estudo, no Brasil a população virtual é bem sucedida no namoro virtual: 59% já tiveram êxito em relacionamentos online; apenas 9% responderam que não. Quando o foco da pesquisa cai no tema traição, a maioria dos brasileiros (56%) considera os relacionamentos online ou de sexo virtual como tal. Quando perguntados se já traíram alguém pela internet, 32% deles afirmaram que sim.
A maioria dos brasileiros (80%) acredita que os candidatos a namorado/a se descrevem fantasiosamente quando paqueram online. Dois terços de todos entrevistados afirmam que namoram pela internet de alguma forma. Para 45% de todos os entrevistados, o namoro virtual é importante e pelo menos 46% acertou em seus namoros virtuais.
Para muitos homossexuais a internet é uma ferramenta importante para encontrar parceiros, principalmente para aqueles que não sabem paquerar ou que preferem manter a coisa as escondidas por ter uma vida dupla - se passar por hetero para amigos, família ou até mesmo esposa e filhos.

Nossa sociedade vive uma época onde nada pode ser aprofundado, não temos tempo de parar para observar, avaliar, respeitar o tempo das coisas e nos auto-descobrir como seres humanos.
A internet vem como uma resposta a tudo que precisamos para atender nossas necessidades de forma rápida e segura, onde o outro passa a não ter corpo físico ou sentimentos reais, se transformando em uma espécie de "mercadoria" ou uma ideologia - de príncipe encantado - que nos mesmos criamos do "ser perfeito", que satisfaz nossas necessidades por um certo tempo, sem perigos reais, sem conflitos com nossas famílias e principalmente sem precisarmos nos encarar e lidar com nossas imperfeições.
As revistas e a televisão criam perfis irreais de personalidade e beleza, masculina e feminina que inferiorizam todos aqueles que não se enquadram neles.
Ai é que entra a internet, onde qualquer um tem a chance de se apresentar dentro dos melhores padrões, por ser um meio de comunicação de dados, estes podem ser editados, para melhor nos enquadrar em perfis idealizados de nos mesmos ou do que achamos que deveríamos ser para atrair alguém.
Quando nos escrevemos em sites de relacionamentos, criamos um perfil que melhor nos "venda", chamando a atenção do maior número de pessoas, procuramos assim agradar à possíveis consumidores com fotos photoshopadas, aumentando em alguns centímetros nossa altura e diminuímos nosso peso. Somos "não afeminados" e "não curtimos afeminados" isso porque a maioria das pessoas que se relacionam virtualmente possue vida dupla e não podem ser vistas na rua do lado de um homossexual espalhafatoso. Também preferimos dizer que somos "versáteis" ou "ativos" por serem os perfis mais procurados em pesquisas. E também não podemos nos esquecer de dizer que estamos a procura de um "relacionamento sério" para mostrar que temos bom caráter e as melhores das intenções.
Por muitas vezes só desejamos um encontro físico para suprir nossas necessidades homossexuais e voltarmos à nossa vida "assexuada" ou "heterossexual" novamente. Menores de idade recorrem muito a esse tipo de "ferramenta" por motivos óbvios, medo dos pais descobrirem sua sexualidade, buscando na maioria das vezes parceiros mais velhos - por favor não confundam isso como uma pedofilia as avessas, mas assim como meninos de 12 anos se masturbam para as capas da playboy, mulheres mais velhas, meninos de 12 anos se masturbam pensando em homens mais velhos. E acabam por muitas vezes se envolvendo de forma "real" com pessoas que só buscam sexo e acabam mentindo para esses meninos - dizendo amá-los e querer ter uma vida com eles agredindo seus sentimentos ou até mesmo fisicamente - nos piores casos.
A dificuldade de encontrar e conquistar alguém no mundo real só aumenta o número de perfis criados em sites de relacionamentos, precisamos entender que a felicidade que buscamos nos outros tem prazo de validade e que só somos felizes com nós mesmos quando nos aceitamos e nos entendemos como seres humanos, e essa "felicidade simples" irradia atraindo os olhares de admiração das outras pessoas onde quer que vamos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Matéria Sobre Homossexualismo no Mais Você - Parabéns!

Uma bela matéria exibida no programa da Ana Maria, vale a pena ver.
Estou colocando aqui a primeira parte da matéria, mas é possível ver ela toda no youtube.

Gostei muito de ter se falado da homossexualidade feminina, que normalmente é esquecida.
Esse tipo de visibilidade é muito positiva, principalmente quando mostra aos pais a opinião de outros pais que possuem filhos LGBT.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Rockstar Surpreende


Uma das franquias de game mais importantes da atualidade a Rockstar Games, tornou-se popular com Grand Theft Auto (GTA), surpreende com a mais nova seqüência do jogo, que será lançada em outubro desse ano.
"Grand Theft Auto: The Ballad of Gay Tony" terá como foco a extravagante vida noturna de Liberty City. O protagonista é Luis Fernando Lopez, bissexual guarda-costas de Tony Prince, um famoso transformista conhecido como Gay Tony. Essa é a primeria vez que o estilo de vida LGBT é o tema de um jogo, interessante mesmo é a descrição do jogo no próprio site oficial da Rockstar "os jogadores vão ter que lidar com a lealdade de parentes e amigos, e também com a incerteza sobre quem é sincero ou não em mundo no qual todos têm um preço". Não preciso dizer o quanto é incerto para um homoafetivo contar para alguém sobre si mesmo, mas só depois que contamos é que descobrimos quem realmente é nosso amigo.
GTA tem uma tradição de muita violência, armas, prostituição, drogas e crimes. Mostrando um mundo particular de diferentes "culturas", em San Andreas a realidade negra das periferias, em Lost and Dammed as gangues de motocicletas, Chinatown wars os orientais e agora em Gay Tony os LGBT's. O interessante da série é que quem curte GTA se diverte com qualquer um dos títulos ou expansões, sem discriminação racial ou sexual.
Rockstar Games deu um passo importante para todos, espero que sirva de exemplo para outras empresas de games e que no futuro se torne comuns jogos de temática gay feitos para todos os públicos. Agora é só esperar o lançamento do jogo e ver no que dá.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Me chaman de gay na escola o que devo fazer ?

Essa foi a pergunta que encontrei no Yahoo Respostas.
Me lembro do meu tempo de escola, eu sempre era "vítima" de apelidos de mal gosto por causa de minha total falta de aptidão por esportes. Na época eu não era chamado de gay, mas de lerdo, sonso e outras coisas parecidas, na verdade minha sexualidade passava longe de ser questionada por colegas naquele tempo.
Lembro-me de chamarmos gay uns aos outros, mas não por acreditarmos que o outro era realmente, mas sim em um sentido de inclusão ao grupo - soa estranho isso, mas é verdade.
Do meu grupo de colegas de classe sou amigo deles até hoje - mais de 20 anos de amizade - e convivemos muito bem, mesmo depois de eu ter contado de minha sexualidade - isso faz uns 6 anos. O respeito e as piadinhas continuam as mesmas do tempo de escola, alguns amigos são mais "desencanados" com o fato e outros menos, mas somos grandes amigos.

No dia em que contei, reuni todos sentados à uma mesa e disse: "pessoal tenho uma coisa muito séria para dizer, sou gay". A simplicidade do fato fez alguns não acreditarem, mas com o tempo caiu a ficha de todo mundo. Eles me perguntaram como eu gostaria de ser tratado dali para frente, eu disse da mesma forma de sempre - as mesmas piadinhas e palavrões com que todos nos tratávamos desde a infância.
Hoje cada um seguiu seu rumo, alguns casaram outros não, alguns agora têm filhos e outros não e eu sempre sou convidado para os aniversários, festas e churrascos - sempre com o convite estendido ao meu namorado - e sempre que possível nos vamos e somos super bem recebidos por toda a família de meus amigos.
No meu imaginário, ainda nos tempos de garoto eu nunca iria acreditar que seria assim. Na verdade eu acreditava em um futuro terrível e solitário. Fazia um verdadeiro dramalhão pessoal do que seria de minha vida. Só fui mesmo perceber que as coisas não seriam bem assim quando contei para um amigo e ele não reagiu mal. Depois contei para outro e ele também pareceu não se incomodar, depois disso contei para meus pais e hoje todos do meu bairro sabem.

Voltando ao título do post: Me chamam de gay na escola o que devo fazer ?
O Governo Federal produziu um vídeo com o objetivo de ser utilizado como material pedagógico nas escolas de todo o país. O vídeo tem uma linguagem didática e conta a história de um estudante em conflito com sua sexualidade. A idéia é levantar uma discussão sobre a sexualidade. O vídeo trata do assunto de uma forma simples e direta e serve bem ao seu propósito de ferramenta educativa - eu gostaria de ter visto um vídeo desses quando tinha 13 anos, poderia ter me ajudado muito na época.
O vídeo está dividido em 3 partes e tem um total de 22 minutos, segue a primeira parte:


Infelizmente iniciativas desse tipo são muito mal vistas por alguns pais e entidades - religiosas - que acreditam que dar visibilidade ao tema é o mesmo que fazer propaganda para seus filhos se tornarem gays.
Por pura ignorância, ignoram o triste fato de que garotos e garotas LGBT são mais perseguidos dentro das escolas - segundo pesquisas eles se envolvem em brigas 2.4 vezes mais que outros alunos - muitos desenvolvem fobias sociais que podem levá-los a abandonar as escolas - 20% dos alunos LGBT fazem isso - ou procurar uma válvula de escape na bebida, cigarro ou em outras drogas - em destaque a maconha como a mais procurada - outros alunos entram em depressão - 17% deles - em casos mais graves buscam até mesmo o suicídio - pensar em suicídio 19%, tentar suicídio 8% deles, risco maior para as meninas de acordo com pesquisas. Qualquer tentativa de abrir o diálogo dentro da escola deve ser bem vista e ajudar a mudar esse quadro.

Fonte: http://homofobia.com.sapo.pt/dados.html

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Quadro de Eliana "Os opostos de atraem" Desaponta

Domingo passado eu assistia o programa da Eliana no Sbt quando tive uma surpresa no novo quadro "os opostos se atraem". Nele, a produção formou três duplas com pessoas de interesses e visões do mundo diferentes. Serão vencedores aqueles que agüentarem mais tempo de convívio. O prêmio é de R$ 20 mil. O que me chamou a atenção foi a dupla Kléber "Bambam" e Johnny, um jovem ator assumidamente gay.
No primeiro instante achei a idéia desafiadora por parte da apresentadora, colocar um homoafetivo "real" em um programa de domingo - dito para toda a família brasileira - contribui muito em acabar desmistificando os gays brasileiros. Fiquei muito curioso com a repercussão do quadro durante a semana. E ansioso em apresentar a toda sociedade uma nova referência de homossexual, mais humana e menos estereotipada.
Esse domingo ao assistir novamente o quadro, percebi que Jhonny não inova em nada o gay já muito conhecido no imaginário brasileiro. Os trejeitos, trajes e luvas cor-de-rosa, a "frescura", os "dons" com maquiagem, etiqueta e moda, tudo dentro aquilo que se imagina ao se ouvir a palavra gay - meu namorado suspeita que "Jhonny" seja uma forçassão de barra do próprio jovem ator gay, consciente ou inconsciente, na tentativa de se enquadrar naquilo que as pessoas esperam no comportamento de um homossexual - o suficiente para Bambam se referir a ele como "ela" e dizer coisas do tipo "ela agüenta pau, pode sentar o pau nela" enquanto ele lutava em um ringue contra uma boxeadora profissional. Para piorar o jovem Jhonny tem um discurso vazio e descompromissado com o direito de ser diferente. Perdendo uma ótima oportunidade de levar aos milhares de lares brasileiros mais que apenas entretenimento barato e preconceito mascarado - por parte de Kleber Bambam.
Resumindo os opostos se atraem perdeu uma grande chance de discutir o homossexualismo, de mostrar uma proposta nova de "homoafetivo" ou quebrar alguns dos paradigmas tão enraizados em nossa sociedade.
Para quem quiser ver uma parte do quadro:

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Políticos Homofóbicos

Acho que vale muito a pena saber quem são nossos políticos, principalmente aqueles que são contra as leis que defendem nossos interesses. Para quem não conhece, aqui tem dois deles.

Magno Malta é Senador pelo Partido Liberal (PL) e atualmente é presidente da CPI da Pedofilia no Senado. Pastor evangélico e integrante da banda gospel Tempero do Mundo. Compara o homossexualismo a pedofilia e a necrofilia e acredita que a lei PLC 112 é uma ditadura gay onde a igreja perderá o direito a criticar aos homossexuais.



Marcelo Bezerra Crivella (PRB-RJ) é um político, cantor gospel e Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella é sobrinho de Edir Macedo. Exerce mandato de senador da República pelo Partido Republicano Brasileiro, representando o Estado do Rio de Janeiro e provável vice de Dilma Roussef na candidatura à Presidência. Em entrevista ao Jô Soares o pastor fica sem palavras ao ser questionado sobre o homossexualismo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Rio de Janeiro: A Melhor Cidade Gay do Mundo

O Rio de Janeiro disputa com outras cinco cidades - Buenos Aires, Londres, Montreal e Sidney - o título de melhor destino gay do mundo. A eleição é promovida por um canal da "MTV" dirigido ao público homossexual, que anunciará a cidade ganhadora no dia 2 de novembro, durante a 10ª Conferência de Turismo Gay e Lésbico, em Boston. A votação, que já está aberta ao público no site www.tripoutgaytravel.com/awards, vai até o dia 28 de setembro.

O site recomenda a altura da Rua Farme de Amoedo na praia de Ipanema, ponto de concentração de gays e lésbicas, além das discotecas Le Boy e La Girl, em Copacabana, e o Museu Carmen Miranda, no Flamengo, entre outros lugares muito frequentados por homossexuais. O Cristo Redentor também é apontado como um local que os visitantes, heterossexuais ou homossexuais, não devem deixar de visitar.

"É indiscutível a importância e crescimento do turismo gay no mundo. O Rio tem todas as características para ser reconhecida como uma cidade 'gay friendly' (simpática aos gays)", é uma aposta na diversidade que rende muita receita para a cidade, geração de empregos, aumento da arrecadação de impostos e distribuição de renda - disse Paulo Senise, superintendente do Rio Convention & Visitors Bureau.

O interessante é saber que todos os dias pelo menos um homossexual é agredido - quando não é morto - nas comunidades carentes cariocas e que a maioria das ocorrencias nem chega a ser registrada, o que pode esconder um número muito maior de vítimas. A violência contra os homossexuais não é ‘privilégio’ das favelas. Nas áreas controladas pelas milícias, o preconceito e a intolerância sexual também mostram a sua força.Um professor que moradova na Vila de Cava, no subúrbio da cidade, teve sua casa incendiada por visinhos, em 2007, pela rejeição ao fato de ser gay. Na Baixada Fluminense, é igualmente comum encontrar vítimas da homofobia. A comerciante Jucyara Albuquerque, homossexual assumida desde os 16 anos, afirma ter um longo histórico de agressões.
“Já sofri muito por causa da minha orientação sexual. Certa vez cheguei a ser espancada por dois homens que me agrediram enquanto eu trabalhava. Eles simplesmente chegaram, começaram a me xingar porque souberam que eu era lésbica e partiram para cima de mim. Fiquei com o corpo todo machucado”, lembra ela.

Ainda no Rio, estudantes gays, lésbicas e travestis estão deixando a escola por causa da discriminação, segundo dados do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). 20% dos alunos homossexuais que iniciam o ano letivo não suportam a perseguição e abandonam os estudos.

O presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, ameaça denunciar o governo brasileiro à Organização das Nações Unidas e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos.
“Bater e matar homossexual já virou entretenimento popular nas favelas. Mas não vamos ficar assistindo a esse ‘homocausto’ (holocausto de homossexuais) de braços cruzados. Já que não temos força política para brigar por nossos direitos, esta é uma maneira de tentar nos proteger dessa violência”, explica Marcelo.

Vale lembrar que a homofobia brasileira não é exclusiva aos cariocas, no Brasil um homossexual é assassinado a cada dois dias. Só em 2007, foram assassinados 122 homossexuais. Os dados, divulgados pelo levantamento da organização não governamental Grupo Gay da Bahia (GGB), indicam que houve um crescimento de 55% entre 2007 e 2008, quando foram identificados 190 casos, 12 deles na Cidade Maravilhosa. O que nos deu o título internacional de País mais homofóbico do mundo!

Agora o que você está esperando para entrar no site e ajudar a eleger o Rio de Janerio como a Capital gay friedly do mundo?

Como "caçar homossexuais" é um esporte muito praticado pelos cariocas é necessário garantir que essa "espécie" seja mantida mesmo que através da "importação turística", sem contar que dinheiro sempre faz muito bem para o Estado, não importa se o morto era hetero ou não.

Pena que faltou uma parte do texto da logo de candidatura do Rio:

"Vote Rio, melhor destino gay, assassinato!"

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Verdades Tristes

Imagine a seguinte história.
Um garoto - vamos chama-lo de Mateus - criado dentro da Igreja Maranata desde que nasceu, aos 13 anos descobre que gosta de garotos. Em sua infância Mateus ouviu seu pai dizer coisas como: "Eu prefiro um filho morto à um filho gay", "se um filho meu virar gay eu também vou virar só para mostrar para envergonha-lo e só deixarei de ser gay quando ele também deixar" entre outros comentários. Sua mãe compartilha da ideia do pai e por muitas vezes ameaça se matar se descobrir que tem um filho gay. Um dia Mateus volta da escola chorando, se tranca no banheiro e com uma gillete corta - superficialmente, mas até hoje ele ainda tem as marcas - os punhos. Sua mãe bate na porta do banheiro e pergunta o que foi e ele engole o choro, esconde os cortes e inventa uma história de briga na escola só para disfarçar. Afinal o que ele poderia dizer?
Mateus reza todas as noites para deixar de ser gay e conhece um rapaz, eles começam a ficar e um dia o pai de Mateus liga para o rapaz e ouvindo sua voz "afeminada" vai atrás do filho irritado e desesperado perguntando se ele é gay. Nesse momento sua mãe já está entre desmaios e desespero e Mateus olhando para os pais diz que ele gosta de mulher e que não é gay. O pai de Mateus proíbe ele de sair de casa por um ano, apenas da escola pra casa e de casa pra igreja.
Mateus se concentra em estudar violino, o instrumento que toca em sua igreja e com 15 anos ele conhece um homem de 35 anos e os dois começam a namorar. Mateus sempre que saída da casa desse homem vomitava na rua - não por ser forçado pelo homem a fazer o que não desejava, mas por pensar em tudo o que seus pais já disseram sobre homossexualismo - O namoro segue as escondidas por um ano, mas as desconfianças de seus pais começam a ressurgir e eles começam a pressionar o garoto, que finge estar namorando com uma amiga dele apenas para ter uma desculpa para sair de casa e se encontrar com seu namorado. Na igreja o pastor chama Mateus para conversar - a pedido dos pais - e fala como o homossexualismo e terrível e errado. O garoto várias vezes diz para seu namorado que se a igreja dele descobrir ele vai ser expulso do grupo de músicos - cargo de status dentro da Maranata - e obrigado a sentar no banco - local de vergonha para membros menos valorosos - sem contar que seria ignorado por seus amigos da igreja que ele tanto diz gostar. Após algum tempo Mateus termina seu namoro e uma semana depois volta. Ele fica assim durante três meses até que o homem com quem ele namorava decide terminar de vez. Mateus o procura depois de um tempo e aos choros implora para voltar porque ele o ama de verdade, mas o homem diz para Mateus seguir sua vida, ter outras experiências e amadurecer no que ele realmente deseja para ele. Alguns meses depois Mateus liga para o homem e diz que está tudo muito bem em sua casa, seus pais estão muito legais e na igreja só recebe bênçãos, e que agora ele está namorando uma garota da igreja.
Maria é a filha menor de três irmãs. Quando ela era criança seus pais viviam brigando até vir o divórcio. Depois disso o pai sempre tratou Maria com indiferença e sua mãe de forma rispida. O único carinho e amor que a menina tinha vinha de sua avó, pois suas irmãs sempre a trataram com desprezo. Aos 16 anos a mãe de Maria descobriu que ela estava namorando com uma mulher de 45 anos. A família ficou em choque. Maria foi levada a terapia e proibida de se encontrar com a mulher. Aos 18 anos, Maria foi estudar em um internato só para garotas em outro Estado, a pedido dela mesma. Seus pais aceitaram a ideia e a mandaram para lá. Maria se sentia livre, mesmo estando em um internato, livre dos pais e podendo praticar sua sexualidade com outras garotas. Foi lá que Maria conheceu as drogas e começou a fumar e beber. Maria só foi aceita por sua família quando um primo dela assumiu ser homossexual, dai para frente a mãe dela começou a aceitar o namoro com outra menina de mesma idade. Recentemente Maria juntou todas as suas economias e foi morar sozinha no Rio de Janeiro. Foi encontrada por sua irmã meses depois vivendo na rua como uma mendiga e resgatada novamente para o seio da família. Na ultima conversa que eu tive com Maria ela me disse que pretendia voltar para o Rio.
Infelizmente essas são duas histórias reais, dentro de tantas outras que existem por ai.

O American Journal of Community Psychology divulgou em 2003 que os principais motivos de tentativa de suicídio entre os jovens LGBT são:
  • Fraca auto-estima
  • Abuso de substâncias alcoólicas
  • Depressão
  • Perda de amigos devido à orientação sexual
Em 1999 a pesquisa de K. Hegna constatou que os principais motivos dos suicídios entre homossexuais e bissexuais são:
  • Sentir-se isolado e só
  • Tentativa de escapar de uma situação de vida insuportável
  • Não conseguir imaginar um futuro
  • Não se aceitar como homossexual
Eles também constataram que a tentativa de suicídios entre gays/lesbicas são 7 vezes maior do que entre os heterossexuais.

DM Fergusson em 1999 mostrou que homossexuais e bissexuais possuem mais chance de apresentar doenças mentais, como demonstra a tabela:
  • Ideias suicidas 5.2 vezes mais risco
  • Depressão profunda 4 vezes mais risco
  • Ansiedade 2.4 vezes mais risco
  • Problemas de conduta 3.8 vezes mais risco
  • Dependência de nicotina 5 vezes mais risco
  • Dependência e abuso de substâncias 1.9 vezes mais risco
Uma outra pesquisa feita na Universidade de Massachusetts em 1999 levantou um dado importante, que os jovens LGBT apresenta taxas mais altas de uso de drogas que os jovens heterossexuais. A maconha 1.4 vezes mais usada pelo jovem LGBT que entre os heteros, a cocaína 3.2 mais vezes, anfetaminas 4.3 mais vezes e a drogas injetáveis 9 mais vezes.

Aqui no Brasil, em 2008, foi realizada uma pesquisa pelas fundações Perseu Abramo e Rosa Luxemburg na tentativa de identificar o grau de discriminação dos brasileiros.A pesquisa comprova que apesar de uma roupagem de liberdade e tolerância o Brasil é o primeiro país no rank internacional em crimes homofóbicos, segundo os dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
De 1980 à 2008 foram documentadas 2.998 assassinatos de homossexuais. Pernambuco é o Estado mais violento e a Região Nordestina a mais violenta. Um gay nordestino corre 84% mais risco de ser assassinado que nas Regiões Sul e Suldeste.

Esse turbilhão de informações levantadas nesse post são algumas das coisas que uma criança que se descobre homossexual enfrenta diariamente. Percebemos que o grande problema aqui não está na sexualidade em si, mas na falta de parâmetros para o jovem se descobrir, bases familiares que ficam a desejar - para quem não é heterossexual - e principalmente a sensação de solidão afetiva causada pelo distanciamento que o jovem tem dos pais para uma conversa franca. Mesmo aqueles jovens que contam para seus pais sobre sua sexualidade acabam sendo incompreendidos, discriminados, isolados ou tratados de "forma diferenciada" - muitas vezes inferiorizado ou visto como portador de doença mental.
As relações entre jovens gays se torna superficial e muitas vezes promiscua por falta de orientação, perspectiva de futuro, auto-rejeição, imaturidade sexual, adotar uma vida dupla, entre outras.
O governo brasileiro ainda está muito longe de atender as necessidades desses jovens "perdidos" ou mesmo seus pais. Para piorar ainda mais a situação, políticos ligados a igrejas vetam as tentativas de se criar leis - não a favor - mas que preservem os homossexuais e seus direitos civis. Com o discurso hipócrita evangélico de proteger a família, elas colaboram com a expulsão do jovem do convívio familiar, auto-rejeição, inferiorização, culpa, na depressão, aumento do uso de drogas, fim de pespectivas de gerar uma família e pior de tudo no aumento dos índices de suicídio.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Arte gay

Em 1972 Felix Lance criou o termo "Queer Art". Reunindo as principais obras de artistas gays do mundo inteiro em seu livro "A Historic Collection of Gay Art". Em sua obra ele deixa evidente que a arte gay, muitas vezes vista como simples pornografia, na verdade é uma leitura erótica dos anseios e desejos reprimidos por uma sociedade hipócrita e homofóbica.

Como foi o caso de Thomas Vinterberg, que criou o memorial às vítimas homossexuais do holocausto, em Berlim. A obra exposta em uma praça da cidade, consiste em bloco de concreto com uma rachadura por onde se pode assistir a um vídeo de dois homens se beijando, o mesmo vídeo que aparece aqui:

O que chocou a sociedade local e levou a uma censura em sua inauguração feita pelo governo alemão. Grupos feministas protestaram dizendo que as mulheres homoafetivas que também foram mortas no regime nazista foram esquecidas e em seguida outros grupos LGBT também reclamaram. O que obrigou o autor da obra a assumir um compromisso de mudar o vídeo a cada dois anos para atender a todas as "facções". Sobre o assunto, Thomas disse:
"Arte é subjetiva. Nunca é possível chegar a um acordo coletivo em relação à arte. Se eu soubesse que chegaria a isso, jamais teria participado do projeto. Jamais faria algo do tipo de novo, vi que tem muito pouco a ver com arte e muito mais a ver com política. O monumento virou um comentário sobre a vida política na Alemanha no início deste século mais do que uma homenagem a homossexuais. Artistas deveriam ser protegidos, não manipulados. O que fizeram foi arruinado; ser gay ainda é tabu."

Como artistas da atualidade vale a pena citar Steve Walker. Suas obras são belíssimas e retratam o amor, o ódio, a dor, o toque, a comunicação, a beleza, a solidão, a atração, a esperança, a vida e a morte- segundo o próprio artista. Vou colocar duas pinturas que representam bem o trabalho de Walker.

O primeiro quadro se chama "Romeu and Julio" e o segundo "Família". Duas belíssimas obras na minha opinião.

Em 2007 o New York Times publicou uma matéria dizendo que a arte gay masculina estaria ganhando espaço dentro da arte contemporânea. O artigo cita várias galerias que apoiam a estética e da multiplicação de publicações do género. No Powerhouse Arena entrou em cartaz, no mesmo ano, a mostra coletiva "The Male Gaze", com obras de 20 jovens artistas gays que estão em destaque atualmente. Entre eles o Australiano James Morrison, que disse não ter um compromisso em criar "gay art", e que estamos caminhando para uma nova geração de artistas onde ser gay se tornará secundário nas artes.
Algo parecido foi dito por João Pedro Vale, um dos artistas mais reconhecidos da nova geração Portuguesa Lisboa:

A sua arte é gay? Existe arte gay?

Não. A arte é política, isso sim, e é levada pelos agentes que a fazem pelo caminho que melhor defende as suas causas.

Então é um militante gay através da arte?

Não, não é por a arte ser feita, por exemplo, por uma mulher que essa arte é feminista. Mas não fico de todo ofendido se oiço dizer que alguns dos meus trabalhos vivem do imaginário gay. Não recuso isso.

Sente que a sua obra muda alguma coisa, tem força ideológica?

Sim, senão dedicava-me a outra coisa. Qualquer leitura que as pessoas possam fazer do meu trabalho é sempre positiva. Pode ou não estar próxima daquilo que eu pretendia, mas interessa-me sempre. Agora, é minimizador pensar que determinada obra de arte, por ser feita por um artista gay, tem de ser lida como arte gay.

Afinal, seria "Gay Art" um termo correto? O fato de ser gay pode definir uma obra como um género ou tendência? Seria um forma de discriminação ou uma tentativa de criar uma identidade artística gay?


Fotes:
http://queerandpolitics.blogspot.com/2008/11/gay-art-para-todos-ns.html
http://www.gp1.com.br/noticias/beijo-gay-em-berlim-ainda-opoe-artistas-e-politicos-37156.asp
http://blogdojunior.wordpress.com/2007/05/06/do-nyt-novo-momentinho-gay-na-arte-contemporanea/
http://wandias.multiply.com/reviews/item/2
http://timeout.sapo.pt/news.asp?id_news=816
http://www.mundomais.com.br/exibemateria2.php?idmateria=8

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?

O texto abaixo não é de minha autoria, mas é sem dúvida um dos argumentos mais fortes e completos que já li até hoje sobre homoafetividade. Vale a pena ler e pensar:

Homossexualidade ou Homofobia – Onde Está a Vergonha?

10% das populações são gays.
Quantas pessoas você conhece?
Quantas se declaram ou evidenciam ser homossexuais? Pois é… provavelmente, bem menos que 10%…

Logo, muitas das que você tem como héteros são homoafetivas – talvez muito próximas de você –, e não se sentem à vontade para se apresentar como são, tamanha a perseguição a que se vêem submetidas, desde sempre e em toda parte. Você contribui para isso?

Pode ser a pessoa mais amada: seu pai, sua mãe, seu filho, sua filha, o maior ídolo, o líder religioso ou a grande mestra… Você é dado a piadas de mau gosto, na frente de gays, possivelmente… Não por acaso 1/3 dos homossexuais tenta (disse “tenta”, e não “pensa em”) suicídio.

Você diz que a homossexualidade é contra as leis de Deus? Por quê? Por estar na Bíblia? A Bíblia manda que mulheres fiquem caladas nas igrejas e obedeçam aos maridos, e determina matemos os hereges, os que não sejam judeus, como você e eu. Você concorda com isso? Devemos cometer suicídio em massa, para seguir a Palavra de Deus? Por que não? Por que a situação mudou de figura? Só porque você está no meio desta nova classificação dos condenados pela Bíblia? Hum… A Bíblia está errada, então? Acho que não – vou ajudá-lo: penso que o problema está na interpretação, que precisa ser modificada, não devendo ser literal, nesta parte do escrito sagrado, para que não persigamos inocentes. E por que poderia ser alterada num ponto e não em outros? Por que devemos preservar a caça aos gays? O que foi que eles fizeram mesmo?

Diz você que se põe contra a expressão “gay”, para proteger o patrimônio da família. E por que homossexuais nascem de lares heterossexuais? Não há nenhum indício científico de contágio gay… E, se há contágio de tendências sexuais, por que os heterossexuais não contaminam os gays, que são minoria?

Você acredita que é um vício ou uma depravação… Mas a ciência já coleta evidências numerosas de que o cérebro dos homossexuais é diferente do dos heterossexuais, e que a inclinação homoerótica é-lhes instintiva, fisiológica, como igualmente acontece em animais.

Ah… então você afirma que o que é natural não deve ser seguido, que precisamos domar a natureza. Creio que isso também queira dizer que o sexo heterossexual, que também é instintivo e natural, deve ser freado, quando não servir à reprodução da espécie!? Digamos que alguém só pode fazer sexo três vezes durante toda a vida, o bastante para conceber três filhos, e que toda cópula adicional seria uma entrega injustificável aos apelos da Natureza. Ah… mas então você quer dizer que, embora quase sempre o coito heterossexual não seja reprodutivo, ainda assim não é pecaminoso. E por que mesmo este predicado condena a cópula gay?

Estou um pouco confuso… Qual é mesmo o seu argumento contra os gays? Creio que você não seja tão estúpido para dizer algo como: “Não gosto”, “Tenho nojo”, ou “Sempre foi assim”, ou “Me disseram desde a infância que era assim”. Você não seria assim tão desprovido de cérebro, seria?

Ah… você não gosta do espalhafato da parada gay… E ainda assim ela é necessária, para chamar a atenção para a existência e direito de expressão de um décimo de toda a espécie humana, sem contar os bissexuais, que podem constituir a maioria de todos os componentes de nossa espécie… E… por falar em espalhafato… o que você acha dos desfiles de Carnaval das escolas de samba, ou das praias brasileiras, abarrotadas de gente seminua, nos dias de fim de semana e feriado, com casais heterossexuais aos montes, confiados a toques sensuais e beijos de língua diante de crianças? Chamaríamos tudo isso de orgia heterossexual e deveríamos prender todos os infratores ou repudiar cada casal adolescente que trocasse saliva em público? Eu particularmente considero horrível e de mau gosto qualquer demonstração de afetividade sexual em público, seja hétero ou homossexual. Você só repudia uma delas? Por quê?

Você os vê promíscuos? Tente proibir heterossexuais, desde o berço, de demonstrarem quem são, diga-os aberrações diante de Deus, vergonha familiar e ridículo social, e lance-os em guetos (isso quando conseguem descobrir um reduto onde possam se manifestar). No correr de anos, assim sendo tratada, como ficaria a maior parte dos seres humanos submetidos a esta ordem contínua de opressão de suas almas, contra suas manifestações de liberdade, de seus sentimentos e identidade psicológica?

Oh… sim… você diz que não é contra os homoeróticos, mas não quer que seus filhos sejam componentes dessa comunidade, com a justificativa de que sofrerão discriminação… Então, você começa por pressioná-los e discriminá-los em casa? Não seria seu dever fazer exatamente o contrário? Você não deveria oferecer um apoio duplamente maior a seu filho, na hipótese de ele ser gay, já que uma parcela expressiva da sociedade não o apoiará, como o faria, se fosse heterossexual?

Teme que as pessoas se afastem dele ou de você? Ah… você quer ser aprovado e admirado pelas qualidades de seus filhos, e não que eles sejam felizes e se realizem – é isso mesmo? Quer que eles se submetam a seus caprichos ou de indivíduos perversos e ignorantes que só valorizam o que a massa valoriza? Se você não se enquadra neste perfil, responda-me, então: quem mesmo se afastará de você e de seu círculo familiar, caso surja homossexualidade em sua família? Gente preconceituosa e dada a perseguir minorias? Meu Deus! Que presente dos Céus! Sendo assim, em tendo descoberto inclinação gay em alguns de seus parentes ou mesmo em si, fale logo a todo mundo, para que as pessoas que realmente “não prestam” – os preconceituosos e caçadores de bruxas, hipócritas e mesquinhos, caluniadores e desocupados de má índole – se afastem de você, de seus filhos, de sua família e de seu ambiente social. Principalmente, porque os componentes desta – escusem-me o palavreado, mas falo por milhões de inocentes atormentados injustamente – corja homofóbica, todos mentirosos e dissimulados, querem, atacando os gays de fora de suas casas, esconder os que têm dentro (eles mesmos talvez – já se viu algum heterossexual resolvido ter problema com gays?), visto que, como constituem um décimo da população, os homossexuais estão tão em torno daqueles, como em torno de você!…

Desculpe-me, assim, a franqueza, mas, para qualquer pessoa instruída, hoje, ser homofóbico representa ou interpretação hipócrita e retrógrada de textos religiosos, ou desinformação sobre os últimos avanços da ciência, para não falar de imaturidade e inclinação mesquinha a condenar os diferentes de seu modo de ser – uma vergonha para qualquer cidadão que se diga educado, lúcido e justo.

Ah… você discorda? Pois é: mas precisa contra-argumentar à altura… e… amigo, só tenho visto histeria neo-nazista de fundamentalistas genocidas a rebaterem nossas argumentações. Contudo, ainda que escolha esse caminho horrendo e sem respaldo algum nos meios cultos e maduros da Terra, por favor, se não quiser cometer o maior dos erros, tire Deus dessa história, porque, camarada, a ciência já revelou que a homossexualidade está na Natureza (com 450 espécies de mamíferos a apresentarem-na, além da espécie humana), e se você julga errada a Natureza, estará atacando o Seu Autor.

O texto foi recebido pelo médium Benjamin Teixeira no dia 02 de Abril de 2009 pelo espírito Roberto. Só para esclarecer, não sou espírita e o que vale aqui é o peso da mensagem e não a divulgação de uma doutrina religiosa.

Fonte: http://www.cinform.com.br/blog/impressao/242009151036343

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Uma visão mais honesta


Eu já disse em vários post's que o tempo de dizermos que existimos passou, agora chegou a hora de dizer "como" somos em nossa vida cotidiana e em nossas profissões - pode ser um choque para mutios, mas nem todos somos costureiros ou cabelereiros.
Bem, mostrar uma visão honesta dos LGBT's parece uma coisa muito distante ainda de acontecer nas "telinhas brasileiras", mas existem outros meios de midia que já caminham para essa finalidade, como por exemplo os quadrinhos.
Nos EUA existe o "Troy Comics" a mais de dez anos. Uma série de tirinhas que mostra a diversidade de "estilos" de vida dos homoafetivos. No Brasil já existe alguns cartoons que falam sobre o tema, mas a abordagem honesta ainda fica muito a desejar em relação ao humor caricato.
O próprio Maurício de Souza, criador da turma da mônica, em entrevista ao programa Altas Horas disse:

“tem gente pedindo para eu criar personagem gay. Esse tema é muito novo. Se essa tendência continuar será natural ter um homossexual na Turma. Não devemos levantar bandeira, devemos segurar a bandeira que ela já está passando. Foi com essa fórmula que construí a minha carreira”.

Por enquanto estamos "carentes" de novas visões sobre a diversidade sexual nos "mass midia", mas como essa "tendência" parece crescer - como em curtas metragens, quadrinhos e produtos especializados ao público - logo poderemos estar diantes de uma nova forma de humor sobre o tema.